AS CONSIDERAÇÕES A SEGUIR COMPREENDEM PARTE DO QUARTO CAPÍTULO DA TESE DOUTORAL DO AUTOR
Em primeiro lugar, é necessário compreender o que a Bíblia ensina sobre a natureza e o local do paraíso. De acordo com Vine, a expressão oriental paradeisos (paradeisov), foi usada pela primeira vez por Xenofontes, com o sentido de “parques dos reis e nobres persas.” A expressão do antigo persa, pairidaeza é um cognato do grego peri (em volta de) e teichos (parede).
Do persa ela passou para o grego, e a Septuaginta, versão grega do Antigo Testamento, a utiliza, algumas vezes em outros aspectos em (Nm 24:6; Ne 2:8; Ec 2:5; Ct 4:13; Is 1:30; Jr 29:5; Ez 31:8, 9). O mesmo termo é utilizado pela Septuaginta para se referir ao jardim do Éden (Gn 2:8).[1]
Conotando o Céu, onde se encontra Deus, ela aparece em Ezequiel 28:13, “jardim de Deus” paradeiso tou theou (paradeisou tou yeou), em 2 Coríntios 12:4: “arrebatado ao paraíso” erpage eis ton paradeison (hrpagh eiv ton paradeison). No verso dois, Paulo explica que este lugar é o “terceiro céu”. Em Hebreus 4:14, onde “Jesus...penetrou os céus” dielelythota tous ouranous iesoun (dielhluyota touv ouranouv ihsoun). E em Apocalipse 2:7, os vencedores serão alimentados pela “árvore da vida que se encontra no ‘paraíso de Deus’” paradeiso tou theou (paradeisw tou yeou).[2]
Depreende-se, portanto que o paraíso é o Céu, local da habitação de Deus e dos anjos, onde os remidos, segundo Jesus e os apóstolos, deverão nele ser introduzidos depois da segunda vinda do Senhor para: receberem a retribuição devida a cada um segundo as suas obras (Mt 16:27); a coroa da justiça aos que amam a Sua vinda (2Tm 4:8); “a imarcescível coroa da glória” e premiar “aquele que guarda as palavras da profecia deste livro” (Ap 22:7). Portanto, de acordo com o conceito apresentado, o paraíso receberá os remidos apenas depois da volta de Jesus.
Em segundo lugar, a idéia de recompensa para os justos imediatamente após a morte tem como pressuposto a natureza imortal da alma, ou seja, segundo essa concepção, o homem tem uma alma imortal, entidade separada do corpo que sobrevive à própria morte. Essa é uma concepção grega que foi incorporada ao cristianismo através da disseminação da sua filosofia, como será visto mais adiante neste trabalho.
Dessa maneira, a morte, de inimiga indesejada (1Co 15:26), passa a ser uma amiga acariciada. Contudo, essa não é uma concepção judaica e nem bíblica. Tal definição extrema da morte é a própria negação da morte mais parecida com a sugestão da serpente apresentada no Jardim do Éden para torná-la atraente ao casal edênico.”[3]
Cullmann compara a concepção e a reação de Sócrates diante da morte, à reação de Jesus. Enquanto Sócrates a aguardava rodeado pelos seus discípulos e comemorava o “grande” momento tomando a sua taça, Jesus foi abandonado pelos Seus discípulos assustados pela ameaça de morte, pediu ao Pai que, se possível, passasse dEle aquele amargo cálice (Mt 26:39), e diante do seu espanto clamou: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (Mc 15:34). “Ele estava agora realmente nas mãos da grande inimiga de Deus.”[4]
Diz Cullmann, “isso não representa a morte como uma amiga. É a morte em todo o seu terrível horror. É realmente “a última inimiga” de Deus. Este é o nome que Paulo dá em I Coríntios 15:26, onde todo contraste entre o pensamento grego e o cristianismo é revelado.”[5] Antes de Estêvão, Jesus também declarou, “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito!” (Lc 23:46).
Ambos não teriam falado desta maneira se esperassem sair do corpo direto para o Céu. O termo equivale a uma solicitação. Jesus clamava ao Pai para que guardasse o seu fôlego vital, a fim de que Lhe fosse devolvido quando ocorresse a ressurreição. Se fosse direto para o Céu, tanto Jesus quanto Estêvão teriam dito, em Tuas mãos me entrego.
A própria pergunta do ladrão identifica a sua concepção: “Jesus, lembra-te de mim quando vieres no teu reino (Lc 23:42). Lucas registra as palavras do ladrão dessa forma: (kai elegen ihsou mnhsyhti mou otan elyhv eiv thn basileian sou). Ele usa a expressão elthes (elyhv)[6] traduzido por “vieres”. A esperança do ladrão é a chegada do reino basileian (basileian) com a volta de Jesus. Ele pede que o Senhor se lembre dele, não quando “entrares”, mas “quando vieres no teu reino”.
O Analytical Greek Lexicon explica que “erkomai” e a combinação de verbos afins “com outros termos, resulta numa variedade de significados, que, não obstante, é devida não a mudança de significado no verbo, mas aos adjuntos. ‘o erkomenos, o que está vindo, o Messias esperado, Mateus 11:3, etc.”[7] Concordando com essa idéia, o Códice de Beza verte a solicitação do ladrão assim: “no dia da tua [segunda] vinda” en te hemera tes eleuseos sou (en th hmera thv eleusewv sou ).[8]
O entendimento do ladrão é que o reino de Cristo será introduzido na Sua segunda vinda quando os resgatados do Senhor entrarão no paraíso. A resposta de Jesus é marcada pela concepção bíblico-judaica e não grega: “Em verdade eu te digo, hoje, estarás comigo no paraíso”.[9]
As palavras de Jesus à Maria depois da Sua ressurreição, demonstram que Ele não estava no paraíso: “Não me detenhas; porque ainda não subi para meu Pai, mas vai ter com os meus irmãos e dize-lhes: Subo para meu Pai e vosso Pai, para meu Deus e vosso Deus” (Jo 20:17). Não poderia ter estado no Céu e, ao mesmo tempo, não ter se encontrado com o Pai que lá habita. Portanto, Jesus não foi ao paraíso durante ou no dia da Sua morte. Mas, e quanto ao ladrão?
É possível afirmar com base no relato dos evangelhos que Jesus morreu naquela sexta-feira (Mt 27:45-46, 50; Jo 19:30-33; Lc 19:41-42; 20:1; 23:54). Não foi a cruz propriamente que causou a morte de Jesus, pois morreu muito rápido para um homem de estatura normal e sadio sob todos os pontos de vista.
Em torno de 1847, W. Stroud sugeriu que o sangue e a água que escorreram do corpo de Jesus depois da Sua morte (Jo 19:34), indicavam que Ele havia morrido pela ruptura do coração. Embora o diagnóstico médico com exatidão seja precário devido à falta de elementos precisos, o fluxo de sangue e água, chama a atenção pelo fato de não escorrer em quantidade de um corpo já morto.[10] Ellen G. White diz que foi o peso dos pecados do mundo inteiro que partiram o coração de Jesus.[11] Afirma que “os cravos Lhe perfuraram mãos e pés, a cruel lança Lhe dilacerou o coração.”[12]
Mas, em relação ao ladrão é preciso levar em consideração alguns fatores, a fim de pesar as evidências que indicarão se ele morreu ou não naquele dia. A julgar pelo relato de João 19:31-33, a possibilidade de ele ter morrido depois daquela sexta-feira é grande. O texto afirma que as suas pernas foram quebradas, e estudos indicam que os romanos quebravam as pernas dos crucificados, a fim de apressar a morte por asfixia.[13] Contudo, as pernas dos ladrões não foram quebradas pelas razões ou iniciativa romana, mas a pedido das autoridades judaicas, “para que no sábado não ficassem os corpos na cruz, visto como era a preparação, pois era grande o dia daquele sábado” (Jo 19:31). É bom lembrar que o dia judaico durava até o pôr do sol. Mas, ainda que houvessem morrido naquele dia, todas as promessas de recompensa para os justos mortos estão projetadas para a ressurreição.
Uma vez tirados da cruz, as chances de terem permanecidos vivos após o pôr do sol da sexta-feira, mesmo que sentindo muita dor por causa das pernas quebradas, é incontestável. De acordo com Howell, “o crucificado permanecia pendurado na cruz até que, exhausto [sic] pela dôr [sic], pelo enfraquecimento, pela fome e a sêde [sic], sobreviesse a morte. Duravam os padecimentos geralmente tres [sic] dias, e, ás [sic] vezes, sete.”[14] Tendo em vista às avaliações textuais, Bradford conclui enfaticamente:
Ora, se alguém sustenta que Cristo e o ladrão foram para o paraíso naquele dia diante desses dois fatos. O primeiro, a expressa declaração de Cristo de que não foi ao paraíso naquele dia. E segundo, de que o ladrão não morreu naquele dia, demonstra que tal pessoa é governada por preconceito e capricho, e não pela razão.[15]
A conclusão lógica, segundo o exposto, é: Jesus e o ladrão não se encontraram depois da morte, ou durante a morte no paraíso, naquela sexta-feira, dia em que foi feita a solicitação do ladrão para que Cristo se lembrasse dele na Sua vinda, e a promessa de Jesus de que o ladrão estaria com Ele, foi garantida pela enfática expressão “hoje”.
A Questão da Pontuação de Lucas 23:43
Quanto à questão da pontuação, defendida por Macedo como a correta e que coloca Jesus e o ladrão no paraíso naquela sexta-feira, é preciso considerar: primeiro, o grego do Novo Testamento não utilizava pontuação, e ainda que este estivesse completo por volta do ano 100,[16]as pontuações, incluindo as vírgulas no texto grego, é um processo bem posterior.
Diz Alexandre passos ao observar o processo de pontuação ao longo dos séculos “que, no V ou no VI, os textos dos Evangelhos não apresentavam nem ponto nem vírgulas. A separação de palavras é mais freqüente no VII século. No século seguinte, a pontuação já vai tomando um caráter obrigatório.”[17]
Quanto a esse caráter obrigatório da separação das palavras, da pontuação e da acentuação somente depois de vários séculos da redação do Novo Testamento, concorda Paroschi “que de maneira muito elementar e infreqüente já vinham sendo empregadas desde os séculos VII e VIII, tornando-se uma regra fixa também ao redor do século XI.”[18] E Angus também afirma que a redação dos manuscritos sofreu várias modificações ao longo dos séculos e que somente “no nono foram introduzidos o ponto de interrogação e a vírgula.”[19]
Documentos como o Códice Vaticano,[20] “colocado na livraria do Vaticano em Roma pelo Papa Nicolau V (1447-1455)”[21] demonstram a inexistência de separação de palavras e pontuação. Conforme conclui Pedro Apolinário, “a ausência de pontuação deixa os tradutores na possibilidade de colocarem a pontuação de acordo com suas idéias preestabelecidas.”[22] Um bom exemplo, é a introdução da conjunção “que” no texto de Lucas 23:43, pois não consta do original.
Se a conjunção “que” for retirada e acrescentada uma vírgula ou dois pontos depois da palavra “hoje”, o texto fica assim: “Em verdade te digo hoje: estarás comigo no paraíso” ou “Em verdade te digo hoje, estarás comigo no paraíso.” Não se pode olvidar o magnífico trabalho desenvolvido pelos tradutores de maneira geral, mas também não se deve fechar os olhos para os erros de tradução.[23]
Por essa razão é fundamental analisar a questão da natureza do homem na morte e o documento grego para concluir com veracidade a questão. No Códice Vaticano, que traz o texto em maiúscula, sem a pontuação e a separação das palavras, a redação aparece da seguinte forma:
KAIEI∏ENAYTΩ
AMHNΣOIΛEΓΩ ΣHMEPON
MET’EMOYEΣHENTΩ∏APAΔEIΣΩ
Em Português ficaria no formato seguinte:
ENTÃOFALOULHE
EMVERDADETEDIGOHOJE
COMIGOESTARASNOPARAISO (Então falou-lhe em verdade te digo hoje comigo estarás no paraíso).[24]
Já no texto grego de Westcott Hort consta assim: kai eipen autw amhn soi legw shmeron met emou esh en tw paradeisw.[25] Apolinário, citando o comentário de Oxford, afirma que “a interpretação deste versículo depende inteiramente da pontuação, a qual se baseia toda na autoridade humana, pois os manuscritos gregos não tinham pontuação alguma até o nono século.”[26]
Talvez, a fim de que não houvesse margem para uma interpretação que não refletisse o conceito bíblico, é que a Siríaca Curetonia tenha rearranjado a ordem das palavras, unindo semeron (shmeron), não com met’ emou esse (met emou esh), mas com ‘Amen soi lego (’Amhn soi legw), cujo resultado é “Em verdade te digo hoje, que comigo estarás no paraíso”, mesmo que essa grafia viesse no futuro desagradar peritos contemporâneos, como é o caso de Metzger.[27]
A expressão de Jesus indica ênfase sobre aquele momento em que, mesmo moribundo, sofrendo a morte expiatória em favor da humanidade, ainda podia prometer o paraíso ao pecador penitente. Por isso, o termo “te digo hoje” é enfático quanto à declaração feita. Essa maneira de realçar o momento, aparece em outras ocasiões na Bíblia (Gn 4:1431:48; Êx 13:3-4; 34:11; Dt 4:26; 4:39; 5:1; 6:6; 8:19; 9:1; 11:2; 26:17; 26:1829:10; 30:18, 19; 32:46; Js 22:31; 23:14;24:15; Rt 4:9, 10; 2Sm 19:22; 1Rs 1:30; 5:7; 18:36; Ne 9:36; Jr 1:10, 18; 42:19, 21; Zc 9:12; Lc 4:21; 19:9, 42; At 20:26). Concluindo, não há a intenção de salientar o “quando” entrar no paraíso, mas o momento da declaração que assegura o cumprimento da promessa.
Pr. Josimir Albino do Nascimento, Doutor em Teologia Pastoral.
[1] Vine, Unger, White Jr., “paraíso”, DV, 849.
[2] Ibid.
[3] Para um arrazoamento sobre o tema, ver: Samuele Bacchiocchi, Imortalidade ou ressurreição?:o estudo bíblico da natureza humana e o seu destino, Azenilto G. Brito (Cabo Frio, RJ: Editora World Press, s.d.), 188.
[4] Oscar Cullmann, Imortalidade da alma ou ressurreição dos mortos?: o testemunho do Novo Testamento, trad. José Carlos Ebling (Arthur Nogueira, SP: Artes Gráficas – UCB, 2002), 19.
[5] Ibid., 18-19.
[6] Esse vocábulo é um verbo subjuntivo, aoristo, da voz ativa e segunda pessoa do singular. Ver: elyhv em Lucas 23:42; elyhv de erkomai (ercomai) que significa “vir”, “ir”, “passar”. Ver: Barbara Friberg e Timothy Friberg, ed., O Novo Testamento grego analítico (NTGA), texto grego editado por Kurt Aland, Matthew Black, Carlo M. Martini, Bruce M. Metzger e Allen Wikgren (São Paulo, SP: Sociedade Religiosa Edições Vida Nova, 1987). Ver também: Harold K. Moulton, ““elthes” e “erkomai””, The Analytical Greek Lexicon Revised (AGLR), ed. (Grand Rapids, MI: Zondervan Publishing House, 1977).
[7] Moulton, “erkomai”, AGLR ,167.
[8] Bruce M. Metzger, “eiv thn basileian” [Lucas 23:42], A Textual Commentary on the Greek New Testament (TCGNT), 3ª ed. (London, England, 1971), 181.
[9] Tradução Ecumênica da Bíblia [TEB] (São Paulo, SP: Edições Loyola, 1995).
[10] Ver: “Blood and water” [Jo 19:34], SDABC, 5:1063.
[11] Ellen G. White, Nos lugares celestiais (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1968), 15, 1CD-Rom. Ver também: Idem, O desejado de todas as nações (Santo André, SP: Casa Publicadora Brasileira, s. d.), 710, 1CD-Rom.
[12] Idem, Maravilhosa graça, (Santo André, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1974), 184.
[13] Ver F. Bruce, “Crurifragium, retirada e sepultamento” [Jo 19:31] João: introdução e comentário, 320; Rodrigo P. Silva, Um desconhecido Galileu (Engenheiro Coelho, SP: Imprensa Universitária Adventista, 2001), 154; John Marsh, “and he bowed down his head and gave up his spirit” [Jo 19:30] The Gospel of Saint John: The Pelican Gospel Commentaries (London, Great Britain: Cox and Wyman Ltd, 1968), 618-619.
[14] João Beatty Howell, “Mt 27:35”, Commentário ao evangelho segundo S. Mateus (Lisboa, Portugal: 1912).
[15] Graenme S. Bradford, Reaching and Winning Followers of the Occult (South Pacific Division, USA: International Institute of Christian Ministries, 2001), 80.
[16] F. F. Bruce, Merece confiança o Novo Testamento? 2ª ed., Trad., Waldir Carvalho Luz (São Paulo, SP: Sociedade Religiosa Edições Vida Nova, 1990), 18.
[17] Alexandre Passos, A arte de pontuar: notações sintáticas, 3ª ed. (Rio de Janeiro, RJ: Irmãos Ponegetti Editores, 1953), 22.
[18] Wilson Paroschi, Crítica textual do Novo Testamento (São Paulo, SP: Sociedade Religiosa Edições Vida Nova, 1993), 33.
[19] Joseph Angus, História, doutrina e interpretação da Bíblia (São Paulo, SP: Editora Hagnos, 2004), 58.
[20] Substituíram os rolos e forneceram o modelo para os modernos livros. Ver: J. Harold Greenlee, Introduction to New Testament Textual Criticism (Grand Rapids, MI: William B. Eerdmans Publishing Company, 1964), 25-27. Ver também: Paroschi, 30-31.
[21] Joseph Angus, História, doutrina e interpretação da Bíblia, 59.
[22] Pedro Apolinário, Estudo de passagens com problemas de interpretação (São Paulo, SP: Dptº Gráfico do Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia – SALT, 1986), 235.
[23] Ver Francis D. Nichol, Resposta a objeções: uma defesa bíblica da doutrina adventista, trad., Francisco Alves de Pontes (Tatuí, São Paulo: Casa Publicadora Brasileira, 2004), 316.
[24] Tradução ipsis litteris.
[25] Westcott Hort Greek Text, 1881, Sociedade Bíblica do Brasil ed. (São Paulo: Bíblia Online, 2002), 3.0, 1CD-Rom.
[26] Apolinário, História do texto bíblico: crítica textual, 239.
[27] Metzger, “autw” [Lc 23:43], TCGNT , 181-182.
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