domingo, 15 de janeiro de 2012

OS AMALEQUITAS MODERNOS

Introdução

O nome ou título de uma corporação, normalmente exprime a sua filosofia, os seus conceitos, a sua cosmovisão e até mesmo, o espírito com que trata as diversas questões com as quais está envolvida.
O título “Adventista do Sétimo Dia” reflete a nossa crença peculiar na segunda vinda corpórea e gloriosa de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, e o nosso conceito criacionista. Há um Deus pessoal que operou a criação do mundo em sete dias literais, incluindo um de repouso sagrado.
A mesma profecia que delimitava o período de oportunidade para o antigo povo eleito, os israelitas, também anunciava o momento especial na História quando deveria surgir na terra o último seguimento do povo escolhido de Deus. Trata-se da profecia de Daniel 8:14.
Assim como os israelitas estavam abrigados sob o solícito cuidado divino por ser o povo escolhido do Senhor, os adventistas do sétimo dia também estão sob o seu apreço de uma forma particular.

Os Amalequitas

Os amalequitas derivam o seu nome de Amaleque, filho de Elifaz com a sua concubina Timna. Elifaz, por sua vez, era filho de Esaú (Gen. 36:12, 16) , portanto, parentes dos israelitas. Representavam para o povo de Israel o que os atuais dissidentes são para os adventistas do sétimo dia.
Atacaram o povo de Israel no momento mais difícil quando este estava fugindo do Egito. E derrubaram os fracos que iam à retaguarda quando todos estavam cansados e afadigados. Fizeram tal coisa porque “não tiveram temor de Deus” (Deut. 25:17-19).
De acordo com Ellen White, “os amalequitas não desconheciam o caráter de Deus, nem Sua soberania; mas em vez de O temerem, puseram-se a desafiar o Seu poder.” Na verdade, os amalequitas odiavam a Deus e desconfiavam dEle: “Foi para manifestar seu ódio e desconfiança para com Deus que procuraram destruir Seu povo.” Muito embora fossem grandes pecadores, “a misericórdia divina ainda os chamava ao arrependimento; quando, porém, os homens de Amaleque caíram sobre as cansadas e indefesas fileiras de Israel, selaram a sorte da sua nação.” Toda forma de opressão praticada contra os sinceros filhos de Deus é notada pelo Céu.

Adventistas Amalequitas

Assim como os amalequitas estavam próximos aos israelitas por laços de parentesco, da mesma forma os dissidentes compartilham crenças comuns com os adventistas do sétimo dia. E, como acontecia no passado, estamos sempre sendo atacados pelos grupos dissidentes.
Esses grupos gostam de ser identificados por títulos ou nomes que, de um lado os vincula a nós: “Adventistas”, e por outro lado, qualquer expressão bíblica ou secular que expresse a ênfase de sua filosofia. Na Internet, eles são encontrados em sites de busca com a digitação de adventistas ponto qualquer coisa. Ainda não apareceu nenhum grupo que tenha assumido o título de “adventistasamalequitas.com”. É claro que neste caso, estariam assumindo publicamente a sua postura de hostilidade contra o povo escolhido. Porém, muito embora não utilizem títulos como este, os ataques frequentes aos líderes da igreja empregando expressões ofensivas, em si próprias já fornecem evidência suficiente para demonstrar qual o espírito que os move.
Alguns se esquecem que ao se imiscuírem em assuntos solenes, principalmente referentes à divindade apoucando o Seu caráter sagrado, estão como Amaleque, estendendo a mão “contra o trono de Jeová.”

Amalequitas Versus Israelitas

Moisés mandou que Josué separasse alguns homens para lutarem contra os amalequitas em defesa dos israelitas (Êxo. 17:8-9). Não pode ser diferente hoje. Deus tem homens no arraial adventista que foram dispostos para a árdua tarefa de defender a verdade do advento. Estes são objetos especiais dos ataques constantes dos dissidentes. Em relação ao antigo povo escolhido, a despeito dos ferrenhos combates, o povo de Deus saía vitorioso.
Quando os israelitas semeavam seus campos com sucesso esperando uma colheita abundante para alimentar a sua família, os amalequitas apareciam para destruir aquilo que havia sido semeado (Juízes 6:3-4). O povo de Deus clamava ao Senhor e Este os livrava (I Sam. 14:48).
Pelo fato de Amaleque hostilizar o povo escolhido, o Senhor jurou guerrear contra ele “de geração a geração” (Êxo. 17:16). Por essa razão, a memória dos amalequitas seria apagada (Êxo. 17:14; Deut. 25:19;).
Atacar ao povo de Deus é algo bem típico dos que habitam no vale (Números 14:25). Quanto aos líderes do Senhor, esses sobem ao monte para defender a causa da verdade (Êxo. 17:8-9).
Os queneus habitavam com os amalequitas, mas eram simpáticos aos israelitas. Razão pela qual foram advertidos a se retirarem, a fim de não serem destruídos juntamente com eles: “Depois disse aos queneus: ‘Retirem-se, saiam do meio dos amalequitas para que eu não os destrua junto com eles; pois vocês foram bondosos com os israelitas, quando eles estavam vindo do Egito’” (I Sam. 15:6).
Não podemos negar que existam erros em nossas fileiras que precisam ser corrigidos. Contudo, Jesus indicou o caminho para fazê-lo (Mat. 18). Os supostos pecados dos líderes, sejam eles quais forem, não devem ser publicados, mas tratados pessoalmente e com amor. O falecido pastor J. R. Spangler, em seu artigo “Adventist Amalekites” revela ter escrito, quando jovem, uma carta áspera sobre as faltas dos líderes da igreja ao pastor F. D. Nichol. Contudo, a resposta branda aplacou completamente a sua ira. Afirma que não estava errado em suas considerações, mas sim na atitude e no espírito com que tratava o assunto.
Em relação aos adventistas do sétimo dia, Ellen White declara: “A igreja, débil e defeituosa, precisando ser repreendida, advertida e aconselhada, é o único objeto na Terra ao qual Cristo confere Sua suprema consideração.”
A atitude crítica não conduz à realização pessoal e nem edifica a obra de Deus. As pessoas ocupadas na tarefa de criticar os líderes da igreja estão deixando de ganhar as preciosas almas por quem Cristo morreu. Diz o pastor Spangler: “Cada dólar desviado da verdadeira missão da igreja impede o cumprimento da comissão dada por Deus.”

Conclusão

Aqueles que se alegram em cavar os pecados secretos dos irmãos deveriam estudar a Palavra de Deus para descortinar os seus maravilhosos segredos. A divulgação dos supostos pecados de líderes da igreja não contribui em nada para o seu crescimento. Como afirma o pastor Spangler: “Ninguém pode realmente fazer a oração de Cristo em João 17 e ao mesmo tempo depreciar a igreja!”
Estamos vivendo próximos à grande crise dos séculos. Há necessidade de apressarmos o trabalho de divulgação das verdades bíblicas para o nosso tempo. É difícil esperar qualquer mudança daqueles que vivem dentro da cidadela dos “adventistas amalequitas”, mas ainda existe esperança para os queneus. Para esses, dirijo o apelo de Apocalipse 18:4: “Sai dela povo meu”.

Pr. Josimir Albino do Nascimento, Doutor em Teologia Pastoral

BIBLIGRAFIA

Todas as referências bíblicas citadas neste artigo são da Nova Versão Internacional, Editora Vida (São Paulo, SP, 2000).
Ellen G. White, Patriarcas e Profetas (Santo André , SP: Casa Publicadora Brasileira, 1976), 305-306.
J. R. Spangler, “Adventist Amalekites”, Ministry, (Hagerstown, MD: Review and Herald Publishing Association), Outubro de 1983, págs. 24-25.
Ellen G. White, Testemunhos para Ministros (Santo André, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1979), 49, 25.

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